MEUS PRIMEIROS PROFESSORES DE ARTE
Apesar de serem analfabetos, foram meus pais do coração os primeiros a me ensinar os primeiros princípios e conceitos de artes.
Foi com minha mãe que aprendi a fazer crochê, a bordar e respeitar a cultura goiana na sua culinária, sotaques, costumes e objetos antigos que faziam ainda parte da cultura no campo (ferro à brasa, moinho, candeia, panela de ferro, fogão à lenha, dentre outros). E o maior contador de história que conheci foi meu pai. Ao lado do fogão à lenha nas noites da minha infância, num lugar esquecido pela civilização e sem energia elétrica, iluminado com uma lamparina, ouvi as mais lindas histórias e causos. Nem as aulas de folclore brasileiro na faculdade ministrada por um doutor tinham tanta beleza e sabedoria quanto as que ouvi de meu pai.
Dentro da simplicidade deles e das condições humildes em que viviam faltava quase tudo, mas nunca faltou amor. Me amaram tanto que não consigo imaginar como seria minha vida se não fossem eles os meus pais. Fui a filha do coração pronta para dar o testemunho de que não existe limites para o amor.
Foto: Arquivo pessoal.
Estes são meus queridos e amados pais que Deus já levou, mas deixaram neste mundo muita saudade. Meus valores, princípios e conquistas agradeço a eles. Um casal de origem humilde, mas com muita cultura e sabedoria. Foram eles que me acolheram como filha do coração e me deram a oportunidade de abraçar a vida.
Não eram perfeitos, como eu também não sou. Mas passaram pela vida aprendendo e ensinando pela linguagem universal do amor. Quem dera o mundo tivesse outras pessoas assim dispostas a dividir o pouco que tinham e amar sem restrições uma criança que não tinha seu sangue...
Arquivo pessoal: Saudade Eterna!