top of page

E-ARTE:

Mudanças metodológicas na forma de aprender e ensinar Arte tendo

como suporte os recursos digitais

    APRESENTAÇÃO

 

     O uso de novas tecnologias alcança a cada dia um número maior de pessoas em todo o mundo, mas apenas o consumo e vivência deste novo universo digital não nos insere efetivamente nesta nova forma de comunicação e vivência cultural. É fundamental a compreensão  de todo o contexto e técnica para se adentrar de forma consciente e produtiva na era da tecnologia digital. Ao contrário do que se pensava, esta nova forma de comunicação humana tem aproximado as pessoas de diversas culturas e lugares, mudando por completo a forma de percebermos o mundo. E sendo a Arte umas das mais antigas formas de expressão e comunicação humana, como esta fica nessa nova sociedade tão imersa na cultura digital?

       É certo que a Arte também se apresente sobre novos aspectos, formas e linguagens. Das suas mudanças mais significativas, observo sua potencialidade em interagir com suas diferentes linguagens, indo de um campo ao outro sem se descaracterizar, mas possibilitando novas formas de atuação. Observe como a música tem se relacionado com a dança, as artes visuais, a fotografia, as artes cênicas e o vídeo, por exemplo. Em tempos passados jamais poderíamos conceber a frase “assistir uma música”. Hoje essa nova geração não se identifica mais com a expressão tão comum a nós no passado de simplesmente “ouvir uma música”.   

Vídeo de apresentação do site: propósitos, objetivos, visitando as páginas e explicando sobre o conteúdo disponibilizado.

 

      Outro exemplo é o teatro, que não desempenha mais a mesma função em nossa sociedade e muitas outras linguagens artísticas sofrerem mudanças nas suas funções, objetivos e formas de expressar-se. Poucos ainda vão ao teatro e não é por falta de cultura, mas uma mudança em seus hábitos e na própria linguagem cultural. É preciso acompanhar as mudanças e se adequar ao meio. Não estar atento a essas mudanças é um suicídio à criatividade artística.

      Em nossa sociedade, em tempos em que nos encontramos cada vez mais conectados ao universo digital e às mudanças, faz-se necessário que a arte que sempre esteve à frente da sociedade quanto as suas ideias e conceitos inovadores se restabeleça e acompanhe as novas demandas e propostas para uma nova forma de se ver o mundo. Há que se repensar sobre as práticas do passado e ater-se as mudanças contínuas no ambiente digital que agem diretamente em nossas vidas. Repensar, refletir e promover ações neste campo de forma efetiva para fazer parte destas mudanças é necessário.  Sendo assim, a escola que é responsável pelo desenvolvimento do pensamento crítico do aluno também deve se inteirar do novo que surge no campo digital e proporcionar uma formação intelectual e moral deste educando, principalmente ao que se refere a arte-educação. Infelizmente na prática o que temos presenciado é uma metodologia ultrapassada e pouco eficaz. 

         Pensando nisso, este projeto de um site pedagógico de autoaprendizagem para aprender e ensinar Arte fazendo uso de recursos digitais vem propor ações inovadoras e eficazes sempre considerando as características inovadoras e criativas inerente a Arte. O ambiente agora deixa de ser físico e concreto para atuar no ciberespaço junto a nova geração de pessoas imersas na cultura digital.

 

 TEMA PROBLEMA E O CONTEÚDO

     Com uma infinidade de material disponível na internet fica complicado escolher qual conteúdo seria de fato relevante para o público de modo geral. E que se sobressaíssem diante de tantos outros a ponto de despertar interesse no mais variado tipo de público interessado em Arte e voltado a prática da arte-educação.

     A escolha do conteúdo é pautada no objetivo do projeto “E-Arte” que visacontribuir para o conhecimento e proximidade das pessoas de diversas culturas e identidades artísticas independente das limitações impostas pelas barreiras geográficas, agora num só espaço intitulado de ciberespaço. Considera também o hibridismo na arte, quando esta permite a interação entre as linguagens artísticas sem descaracteriza ou suprimir esta mistura, mas dialogando entre si e resultando numa concepção de se fazer arte tão dinâmica e interativa quanto o que pede as novas propostas que compõem o espaço virtual.

     Será bastante vasto o conteúdo disponibilizado para formação, autoaprendizagem e apoio didático-pedagógico do nosso site que irá fazer uso das diversas linguagens da Arte. Na metodologia usada para a produção de conteúdo disponibilizado irá predominar a linguagem das artes cênicas, interagindo com a tecnologia numa forma digital contendo vídeos, performances digitais, projetos de contação de histórias usando programas e aplicativos interativos para criação dessas performances. Como o teatro é uma das linguagens que mais dialoga com outras artes sem perder sua essência, outros conteúdos serão disponibilizados de forma interativa a fim de promover a inclusão a pessoas portadoras de necessidades especiais como produções culturais e vídeos performáticos e ilustrativos em Libras, destacando as expressões faciais e corporais da linguagem da cultura surda. E complementando a visualidade desta cultura e das artes cênicas em seus adereços, figurinos, cenários  e demais elementos cênicos, destacamos também conteúdos voltados às artes visuais. Todos estes conteúdos dialogando entre si de forma a falar numa única linguagem, a da cultura digital interagindo com o multiculturalismo presente na arte.

OBJETIVO GERAL

      Desenvolver conteúdos e materiais didático-pedagógicos de forma a contribuir para o ensino e aprendizagem da arte numa forma mais dinâmica, interativa e eficaz, passando de videoaulas a cursos online. Procurando também promover e divulgar diversas  formas culturais, experiências exitosas, projetos diversos, práticas e teorias das mais variadas linguagens artísticas, formando um público crítico em relação a Arte e mais conscientes de sua própria cultura. Estes objetivos serão alcançados a partir do momento em o projeto possibilite ampliar o conhecimento e proximidade de culturas antes quase que desconhecidas, promovendo o respeito pela diversidade,  compreensão quanto as novas formas de se fazer e ver a arte como agente de transformação social e individual.

JUSTIFICATIVA:

 

       Há que se ter a sensibilidade de perceber a mudança que apresentam essa nova geração da era digital. Perceber a bagagem cultural que eles trazem consigo e ajudá-los a sistematizar esse conhecimento que já trazem consigo. Perceber que diferentemente das gerações anteriores as pessoas têm acesso à informação, são autodidata e em algumas áreas - como na cultura digital, tem muito mais conhecimento e domínio que seus professores, pais e todas as gerações anteriores. Mas tanta informação serve para quê? O que fazer com esse conhecimento? Eis o papel das novas metodologias de ensinar: orientar para novas pesquisas, descobertas e linha de conhecimento que planeja desbravar. Uma tarefa difícil e árdua se consideramos que essas pessoas não devem mais ser tratadas no plural, pois cada indivíduo é único. O que é interessante para um pode ser desnecessário para outro. Como cobrar o nível de aprendizagem para duas pessoas com características e objetivos tão distintos?

     Estas novas gerações têm uma maior facilidade e muito mais recursos de acessibilidade para promoverem sua própria aprendizagem e buscarem o conhecimento com maior independência que no passado. É certo que no ciberespaço há um infinito de possibilidades que podem induzir tanto ao erro quanto ao acerto, pois qualquer um pode produzir e propagar suas ideias, estando corretas ou não. Cabe neste caso que este novo estudante possa elencar o que lhe é mais relevante, filtrando informações incorretas ou de qualidade duvidosa. Ter essa percepção não é uma tarefa fácil, carece de uma intensa pesquisa e a prática, aos poucos a regras de vivência e conduta nesse novo território vão sendo assimiladas. A única certeza até o momento é o quanto esta nova forma de ensinar e aprender na cultura digital já está consolidada em nosso meio, é mesmo um caminho sem volta. Cabe então ao professor que ainda continuar arraigado e limitado ao espaço físico de uma sala de aula precisar emergir para um novo mundo ou será engolido por ele. Como Arte-Educadora optei por ressurgir propondo uma nova metodologia na prática de ensinar. 

       Essa geração, fruto da cultura digital, é capaz de trilhar caminhos diversos daqueles trilhados ou sonhado por seus pais. Chegam a criarem profissões que se quer existiam, trabalhar pela satisfação pessoal e ser sim bem-sucedido na carreira sem medo de desistir e recomeçar mesmo que esteja no meio do percurso. Um exemplo prático são os jovens youturbers e games que sem grandes investimentos fazem do seu hobby uma profissão. Mas como eles adquirem esse conhecimento? Tão jovens, sem cursar uma faculdade ou cursos? Normalmente são capazes de assimilar o conhecimento de forma bem mais dinâmica. Essa relação virtual estabelecida por eles não é menos nem mais superficial que a de outrora. Apenas é uma nova forma de interagir com o mundo e diversificar a relação entre as pessoas, uma nova forma de se comunicar. Se não entendermos essas mudanças fica impossível estabelecer uma relação de ensino-aprendizagem com os novos alunos da geração de agora. E é com intuito de tornar novamente possível a comunicação com educandos e professores que proponho este site numa nova metodologia de ensinar e aprender sobre a Arte.

METODOLOGIA

          O ensino hoje já dispensa o professor como único mediador do conhecimento, pois os alunos de hoje são extremamente capazes de ter um senso crítico, dinâmico e produtivo voltados à autoaprendizagem, podendo buscar o conhecimento por si próprio. Então, como será a profissão de professor no futuro? Será que está fadada a extinção como tantas outras?  Considerando que a própria estrutura da escola não é um lugar adequado ao estímulo da criatividade, ideias e nem mesmo fomenta a progressão do conhecimento, é muito provável que a profissão de professor não tenha o mesmo papel e forma de atuar que antes. Há séculos clamamos por mudanças positivas e mais eficazes para construção da aprendizagem e desenvolvimento do ser e mesmo de toda uma sociedade. Não estou afirmando que não teremos mais o professor, mas sua forma de difundir o conhecimento será outra. Acredito que a produção de material, artigos, vídeos, propostas e projetos bem mais acessíveis em mídias digitais podem ser bem mais motivadores e úteis aos alunos de hoje.

      As novas gerações já não mais se adequam ao passado que se mantém estagnado num mesmo modelo de educação que, embora as pessoas não sejam mais as mesmas, continuam a reproduzir a mesma dinâmica e didática há quase dois séculos. A começar pela forma de reorganização do espaço. Antes a construção do saber estava basicamente restrita a uma pequena sala com um grupo bem diverso de alunos de culturas, com objetivos bem diferentes. Neste espaço, pouco favorável à aprendizagem, um professor despejava informações e os alunos ouviam atentamente para reter o máximo possível do que era passado, posteriormente se submetiam a uma avaliação sobre o que teriam “aprendido”, após a correção desta avaliação o professor lhe atribuía uma nota. Dependendo do valor da nota ele poderia ou não ser promovido para a série seguinte. Hoje este espaço destinado ao saber não é um lugar específico localizado em determinado espaço geográfico, pois o campo das ideias é abstrato e amplo o suficiente para não caber em um único lugar repleto de armazenamento e acúmulos desnecessários, precisa fluir e ser compartilhado para multiplicar numa infinidade de culturas e pessoas a ponto de contribuir para o desenvolvimento da humanidade como um todo. Este lugar hoje é conhecido como ciberespaço. É neste novo espaço no universo que a conexão no mundo e entre as pessoas se volta para um território e construção do saber. Neste lugar, muito além do espaço físico limitado da escola, pessoas compartilham ideias referentes a culturas, credos, religiões, política, filosofia, artes e mesmo sobre a vida cotidiana. Um lugar de diversidade e troca, uma nova concepção da construção do saber.

     É neste intuito de compreender a dinâmica dessa cultura e a relação dessa nova geração que começo a engatinhar propondo aulas e formas diferente de aplicar à educação no universo da arte e no uso da tecnologia digital para uma educação que se adeque e atenda os anseios desta juventude insatisfeita e incompreendida num ambiente escolar que não faz mais parte do seu mundo. Destaco que ainda temos muito que aprender para conseguirmos desvincular das ideias e formas de ensinar que há muito percebemos que não tem dado certo como antes, pois não somos mais os mesmo do passado. Toda mudança demanda tempo para se estabelecer novos conceitos, mas fazendo uso das diferentes linguagens artísticas e o potencial crítico-reflexivo que a arte possui vamos rumo às novas possibilidades no universo da Arte-Educação numa cultura digital.

 ​      O que ensinar:  

​- Cultura e saber em arte com a interação entre diversas linguagens, dialogando com as artes cênicas, artes visuais, cultura e tecnologia. Sendo que no ciberespaço esta interação multidisciplinar está muito mais evidente, considerando inclusive a possibilidade de contato com diversas culturas de todo o mundo.

 

      Para quem ensinar - Público alvo: 

- Meus alunos, ex-alunos, profissionais da educação atuante em sala de aula, pessoas de qualquer idade ou lugar, desde que se interessem por arte e queiram aprender mais sobre a vivência cultural, diversidade e mesmo promover seu próprio desenvolvimento, criatividade e respeito a outras culturas.

 

      Para que ensinar:

- Todas as formas de cultura e saber em Arte aqui disponibilizadas irão contribuir para um melhor desenvolvimento e aprendizagem de pessoas que buscam conhecer mais sobre Arte e optam pela autoaprendizagem.

- Quando se compartilha o saber, seja sobre qualquer tema e conteúdo, estamos contribuindo com um mundo melhor. Criamos assim um lugar onde a convivência é mais harmônica, a criatividade promove o dinamismo no âmbito coletivo e não só um indivíduo progride, mas toda a sociedade.

- Como toda mudança demanda tempo, ainda mais se consideramos a perpetuação secular da forma tradicional de ensino, assim até mesmo os professores engajados ainda na educação tradicional podem usufruir dessa forma de ensino para continuarem seus trabalhos em sala de aula.

- Sobre os subtemas abordados, cada um terá um objetivo específico, porém que atenda ao projeto macro de abordagem mais ampla e no contexto da proposta.

              Como ensinar:

​- Disponibilizando o conteúdo na internet através do site para maior alcance e acessibilidade das pessoas.

 - Ir além do material escrito. A abordagem visual é uma forma de ensino mais dinâmica e facilita a pesquisa daquele que está em busca de novos conhecimentos. Pretendo usar fotos, vídeos, chats para conversação e troca de opiniões entre os interessados.

- Produzindo vídeos a partir das performances cênicas e também da produção e criação do material plástico como quadros, artesanatos e adereços cênicos que podem ser utilizados nas performances.

- Pesquisando outros materiais de apoio sobre o mesmo tema e atividade para que a pessoas que se interesse em aprender possa ter exemplos, referências e faça um link com outras culturas além da sua, desta forma entendendo e respeitando a diversidade cultural existente no mundo além de promover inclusive seu próprio autoconhecimento.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PILLAR, Analice Dutra. Visualidade contemporânea e educação: interação de linguagens e leitura. Revista Contrapontos, Vol. 13 - n. 3 - p. 178-185 / set-dez 2013, p.178-185.

CORTE REAL, M.P; LEITE, J.; PEREIRA, A. de. Investigação-ação das performancesculturais: o método expositivo como problematização da formação de educadores(?). In.Anais do VI Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino impactos de organismosinternacionais na escola e no trabalho docente. Goiânia: CEPED, PUC, UFG, UEG, IFGoiás,IFGoiano, 2015.

LOBATO, Iolene M. Performances culturais antropológicas em diálogo com as artes intermidiáticas e seu ensino. Goiânia: CIAR UFG, 2015

SCHECHNER, Richard. 2006. “O que é performance?”, em Performance studies: an introduccion, second edition. New York & London: Routledge, p. 28-51.

GOHN, Daniel Marcondes. Autoaprendizagem musical: alternativas tecnológicas. Annablume, São Paulo, 2003.

REFERÊNCIAS DE SITES EDUCATIVOS

- TV INES: site de conteúdo educativo com videoaulas, reportagens, artigos e cursos com conteúdo voltado à linguagem de sinais (Libras - língua brasileira de sinais): http://tvines.org.br/.

- Aprendendo com Arte: site de formação continuada para arte-educadores: https://aprendendocomarte.org.br.

- Arte na Escola: http://artenaescola.org.br.

bottom of page