Performances cênicas como forma de valorização cultural na prática pedagógica

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           Considerando a diversidade da cultura brasileira com suas diversas influências provindas de outras culturas como a africana, indígena, portuguesa, alemã e até mesmo japonesa, há que se respeitar a individualidade de cada um e suas peculiaridades dentro de cada universo cultural.

            Um ambiente propício para exercício efetivo do conhecimento e de um bom convívio social diante de tantas diferenças é a escola. Conhecer as diferenças culturais às quais nos relacionamos é um passo importante para o combate à rejeição de tudo que não se enquadre no nosso gosto e estética cultural. Um exemplo são as religiões de origem africana, como umbanda e candomblé, que seriam muito mais admiradas e respeitadas entre os não adeptos como parte do patrimônio imaterial de todos nós se as conhecessem. E neste rico universo de figurino, dança, música, língua e religiosidade aprenderíamos muito mais sobre nossas próprias raízes.

               Para que a vivência multicultural esteja presente de forma ativa no ambiente escolar é necessário que o professor como mediador no processo de ensino-aprendizagem conheça a bagagem cultural do seu aluno, logo dar-lhe oportunidades de expor e compartilhar o universo cultural que cada um traz.

            As performances culturais dentro do âmbito escolar podem integrar às atividades numa forma multidisciplinar, neste exemplo das religiões afros poderíamos promover ações com toda a comunidade escolar envolvendo a capoeira, maculelê, danças de origens afros, estudo da própria língua que sofreu influência desses dialetos, nossa história, indumentária, ritos sagrados, dentre outros. Noutras possibilidades, imagine o quão rico seria estudar a narrativa e oralidade numa turma de educação de jovens e adultos (EJA) onde fossem compartilhados histórias e contos da experiência dos próprios alunos? Uma proposta idealizada aos moldes da educação freireana quando o aluno não é visto como aquele que nada sabe, mas com uma bagagem adquirida ao longo de sua trajetória como conhecimento empírico que pode ser compartilhado com os demais e valorizado.

            Há uma infinidade de possibilidades que vão se ampliando a medida que se conhece o educando e sua bagagem cultural, é um ganho não só do aluno mas de toda a sociedade.