
Foto: Ricardo Fernandes
"...conta a história de três personagens que enfrentam a Revolução de 30, quando a então capital nacional, Rio de Janeiro, passa por inúmeras transformações que fazem os preços do café despencarem nas fazendas. O então presidente Getúlio Vargas decide colocar fogo nos depósitos abarrotados de café, o que deixa as pessoas aterrorizadas. Dez anos depois, esses três personagens importantes da história - Sinhá Malvina, negro José e a curandeira Vó - ainda vivem nas ruínas abandonadas e enfrentam a nova realidade."
Correio Braziliense, 1 de Março de 2004.
A ÁRVORE DA VIDA
Texto psicografado em Taguatinga
Por Renato Paiva
"Tendo em vista o sucesso da sua estreia no ano passado, será reapresentado hoje e amanhã o espetáculo A Árvore da Vida, no Teatro de Bolso da Escola de Teatro de Taguatinga com texto e direção de Rosa Pires.
Segundo a autora, a peça, que trata do tema da crise cafeeira dos anos 30 no Brasil sob a ótica dos empregados de uma fazenda incendiada a mando do governo federal surgiu de um insight em meio às suas aulas ministradas no curso de teatro.
"Estávamos fazendo uma pesquisa sobre os diferentes sotaques e surgiu a possibilidade de assistir a um vídeo sobre a Folia de Reis, que fala um pouco sobre esta cultura. Alguns dias depois o texto foi psicografado por mim", afirma.
No enredo, os três personagens interpretados por Natália Rezende, Thiago Torres e Nayara Técia permanecem na velha mansão incendiada por dez anos após o ocorrido em que a história que lembra a sinopse do filme Os Outros, estrela por Nicole Kidman.
O cenário, resultante de ampla pesquisa e visitas a antiquários, leva ao palco diversos objetos da época retratada, como a roda de fiar, o pilão, quadros de casamento, tapetes de tapeçaria, botijas de barro, ferro de passar à brasa e panelas de ferro.
"Para esta reconstituição, contamos com o auxílio de um professor de história que também ajudou na composição dos personagens", observa Rosa.
Com relação ao texto psicografado, a diretor formada pela Faculdade de Artes Dulcina, afirma que nunca estaria apta a escrever história com tantos detalhes e linguagem específica da época se fosse pelo auxílio espiritual realizado. "O texto foi escrito de uma tacada só, não fiz nenhum reparo depois de pronto", diz.
O Teatro de Bolso existe há dois anos e tem capacidade para 50 pessoas. "Nossa ideia é formar não só atores mas também um público de teatro em Taguatinga como uma alternativa aos grandes teatro de difícil acesso à população", afirma Rosa."
Tribuna do Brasil, 6 de março de 2004.
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