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APRENDENDO A DESENHAR

Será que eu consigo?

        Eis o fantasma que me assombra desde a infância me rondando novamente! Desenhar...

       Lembro-me que meu pai comentava que eu amava desenhar e fazia isso todos os dias como brincadeira. Numa vaga lembrança me recordo que como não tinha brinquedos, costumava fazer panelinhas de barro, bonecas com espiga de milho e outras vezes brincava com os animais da fazenda. Mas na maioria das vezes eu desenhava os brinquedos que gostaria de ter, a casa dos meus sonhos e também minha própria realidade. Os desenhos eram em preto e branco, não tinha lápis de cor. Quando recebi meu primeiro salário aos 10 anos de idade o primeiro lugar que fui foi a uma papelaria. Lá comprei o melhor lápis de cor, canetinha, tinta, caderno e uma pasta para guardar os materiais escolares. Por muito tempo usei um saquinho de açúcar Cristal para levar o material à escola, assim não sujava nem molhava quando chovia. Isso não foi motivo de desmotivação aos estudos, pelo contrário! Percebo que me fez valorizar ainda mais cada conquista ao longo da minha vida.

Nesta imagem usei tinta guache sobre o papel.

 

Entendo que o desenho está bem aquém do ideal ou de qualquer qualidade ou técnica, porém desenhar bem é prática. Se houver vergonha de começar e tentar, jamais poderemos fazer melhor.

 

      Mas será que esqueci como desenhar? Aconteceu algum fato traumático que mudou essa forma com a qual costumava me expressar? Será que tive talento para desenhar algum dia ou tudo não passou de uma vaga lembrança? Enfim, não sei em que parte da minha história que parei de desenhar. Gostava de trabalhos manuais e o artesanato me acompanhou por muitos anos. Fiz bijuterias, pintei panos de prato, bolsas de barbante, cachecol de tricô, mosaicos e muitas outras coisas. Mas escolhi outra linguagem da arte para me aventurar profissionalmente: o teatro.

        Recentemente tive a oportunidade de cursar outra faculdade de artes, desta vez de visuais pela Universidade Federal de Goiás. Por quê? Para quê? Não sei ao certo, mas o conhecimento é infinito e quanto mais estudo mais tenho certeza que não sei nada. Na primeira aula vivenciei um garimpo às emoções que em algum momento já experimentei. Sei que não temos obrigação de saber tudo, que o talento é importante, mas nada supera o trabalho e a dedicação. Se é assim com o teatro, a música e a dança, também deve sê-lo com o desenho. Dizem que desenho é técnica e dedicação, muito mais que o dom e o talento. Então resolvi tentar. Talvez descubra nas artes visuais outras possibilidades que supere essa minha vontade de desenhar, mas quero ter isso como opção e escolha, não como incapacidade e desistência. A certeza que tenho é que não quero mais ouvir a frase: “Você é professora de artes e não sabe desenhar? ”

               Sei que a arte é mais que uma mera reprodução e que existem artistas que se dedicam a diferentes linguagem e tendências. Um músico não precisa saber pintar, por exemplo. Mas eu definitivamente resolvi tentar desenhar. E para não fazer feio tentei algumas aulas no Youtube de desenho, mas não deu certo. Muito complexo para meu primeiro passo. Risquei alguns papeis, preparei uma aula com linhas, lápis e muita cor. Mas não me encontrei em nada disso. Então, iniciei um curso de desenho à distância. Há alguns anos fiz meu primeiro curso nesse formato, e se aprendi a cortar cabelo à distância, acho que desenhar não será tão difícil quanto parece. Então, o primeiro passo é começar!

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